domingo, 18 de abril de 2010

13. Não queira ser mais real do que o rei

Somos eternamente insatisfeitos porque desejamos ter mais do que lutamos para conquistar, ou talvez mais do que possamos conquistar.

O problema não está em sonhar e sim em iludir-se!

Santos Dumont sonhou e lutou para construir uma máquina que o fizesse voar. Conseguiu! Mas nunca se iludiu que um dia poderia voar como os pássaros.

As pessoas se queixam sempre de que estão “apertadas” financeiramente. Será que o salário é pouco, ou elas tentam fazer com o salário mais do que ele suporta? É claro que aqui não estão incluídas aquelas pessoas que ganham um salário mínimo e têm oito filhos para sustentar. Mas é interessante observar que as queixas, geralmente, não procedem deste grupo social.

Tudo é uma questão de referencial! Nosso salário é pouco, comparado com o do vizinho da direita, por exemplo; é muito, no entanto, se comparado com o da esquerda. Os problemas surgem quando queremos ter o padrão de vida do vizinho da direita, com o salário que possuímos.

O ser humano precisa de muito pouca coisa para viver: teto, comida e roupa para proteger-se do frio. Lembre-se da roupa usada por Ghandi, a alimentação de São João Batista e o teto sobre o qual Jesus Cristo nasceu. É claro que compreendo que não possuímos o grau evolutivo destes mestres, para nos contentarmos com tanta simplicidade. Mas se compararmos os seus semblantes de paz com os nossos constantemente tensos, talvez nos sintamos estimulados a tentar, mesmo que seja em dose mínima, seguir os seus exemplos.

Não há mal nenhum em se desejar luxo e conforto.
Desde que o preço que tenhamos que pagar
não seja a nossa paz interior.

A tecnologia avança muito rápido e com ela a nossa febre consumista. Nem bem compramos um eletrodoméstico e já desejamos um mais avançado. Cresce a febre consumista, diminui a conta bancária e a nossa tranquilidade.

Passe os olhos, rapidamente, pelo seu guarda-roupa e pela sua casa. Observe quantas coisas você tem que não utiliza. Agora lembre-se quantas noites perdidas pensando como pagaria as prestações destas coisas inúteis..Uma coisa pode até ser essencial, mas se não é possível comprá-la, torna-se um luxo. Pois essencial mesmo é teto, comida e roupa (e olhe lá!).

Não se aborreça por não possuir tanto quanto o outro. Pense que talvez você tenha hoje um padrão de vida melhor do que o que tinha ou tem seus pais, podendo assim proporcionar para seus filhos um melhor que o seu.

Você já pensou que a roupa que tem dura uns bons anos? Que o dinheiro que possui dá para pagar, pelo menos, um quarto para sua família proteger-se do sol e da chuva? Que frutas são encontradas pelas matas? Não recomendo, em hipótese alguma, que viva apenas com isto. É apenas um lembrete – um tranquilizante – para os seus momentos de medo, preocupação e desespero com os problemas financeiros.



(livro "Provérbios - Sabedoria do Povo)

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