domingo, 18 de abril de 2010

17. Um pé torto para um sapato roto

Um relacionamento, todos sabemos, seja ele em que nível for – namoro, casamento, amizade – é algo extremamente difícil. Normalmente pensamos que o erro está no outro, mas a cada um é dado exatamente aquilo que precisa para o seu crescimento interior.

A agressividade de quem convive conosco serve para que treinemos a nossa doçura; o comodismo, nosso espírito de luta; as traições, nossa humildade e capacidade de perdão; as dificuldades insolúveis, nossa resignação.

Portanto, observe os defeitos que as pessoas com quem convive possuem e não mais as critique por possui-los. Ao contrário, tente verificar o que você está precisando aprender através deles.

Aristóteles disse: “o amor é o sentimento dos seres imperfeitos, visto que é através dele que se alcança a perfeição”. Demonstra assim que se você ainda necessita do “amor em par”: marido-mulher, mãe-filha, amigo-amiga – é porque ainda não alcançou um grau evolutivo que lhe permita amar toda a humanidade, como é o caso dos “Grandes Mestres”.

Os companheiros são os instrumentos
que ajudarão a burilar nosso espírito.
Somos como diamantes brutos que precisam ser lapidados.

O marido deseja uma mulher mais culta, mas será que ele teria cultura suficiente para acompanhá-la? A mãe deseja um filho mais dócil, no entanto, será que estaria preparada para “suportar” a quantidade de “chamego” que ele faria nela? A amiga espera ter um amigo mais tranquilo; será que com a pouca visão que temos, esta tranqüilidade não seria confundida com “lerdeza”?

Quem tem um pé torto não suporta calçar um sapato nos moldes normais; quem está acostumado com a penumbra, muita luz pode ofuscar as vistas. Alguém muito evoluído junto a nós pode vir a ofuscar nosso ser, impedindo que ele cumpra seu maior objetivo no planeta Terra: conhecer a si mesmo. O que fará com que conheça os outros e o “Universo”.



(livro "Provérbios - Sabedoria do Povo)

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