domingo, 18 de abril de 2010

15. Macaco que muito pula, quer dançar

Dizem que somos descendentes dos macacos. Se é verdade ou mentira, não sei. Mas que somos bastante semelhantes, ah somos! Assim como eles, vivemos pulando de galho em galho e quase sempre “dançamos”. Quando não pulamos, ficamos em um galho, desejando sempre estar em outro: ficamos em um emprego, desejando estar em outro; com uma esposa, desejando estar com outra ou solteiro; temos um filho e queremos que ele seja igual ao da vizinha; enquanto estudantes, tudo o que desejamos é nos formarmos para sermos profissionais, quando profissionais, dizemos: ah! antes fôssemos estudantes.

Você pode dizer: a insatisfação é própria do ser humano. Com certeza é! Mas é também próprio do ser humano o instinto agressivo e sexual e no entanto tentamos domá-los. Por que com o “instinto da insatisfação” nós nos comprazemos – nos orgulhamos dele –, ao invés de tentarmos controlá-lo, se é exatamente ele que nos faz sermos pessoas infelizes?

Ótimo! Você já conseguiu ver a insatisfação como um “instinto” e melhor ainda controlável. Mas agora, provavelmente, deseja saber como controlá-lo? Simples! Buscando e arrancado as raízes da insatisfação. Queremos sempre pular para outra situação porque vemos naquela em que nos encontramos, apenas os seus pontos negativos. E quando sonhamos ou recordamos da outra, vemos apenas os seus pontos positivos. Observe uma pessoa de quarenta anos falando: “ah, quando criança eu não tinha preocupações, responsabilidades, eu era tão livre!” Esta pessoa se esquece, no entanto, da preocupação que as crianças têm com a morte dos pais e o medo dos fantasmas; da responsabilidade com as tarefas e notas escolares; da falta de liberdade para comer, tomar banho e sair na hora que quiser. Agora, observe uma pessoa de oitenta anos falando: “ah, quando eu tinha quarenta anos!”. A pessoa de quarenta anos se esquece que realmente não tem mais a alegria simples da criança, mas também não tem tantos medos irreais e já é dono do seu “próprio nariz”. A de oitenta anos não tem mais a força física dos quarentas anos, porém tem mais tempo para aproveitar os prazeres da vida, além de possuir mais experiência.

Enfim, para que não dancemos, isto é, para que não sejamos pessoas constantemente insatisfeitas, torna-se necessário que busquemos sempre os pontos positivos das pessoas e das situações que estamos vivendo no momento, pois “quem muito quer, nada tem”.



(livro "Provérbios - Sabedoria do Povo)

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