sexta-feira, 19 de março de 2010

29. O pior cego é aquele que não quer ver


A humanidade, geralmente, despreza os ensinamentos que não são provenientes das camadas da sociedade consideradas científicas. No entanto, os mitos, símbolos, provérbios e contos de fada, isto é, os ensinamentos populares existem há muito mais tempo que as teorias científicas. Eles surgem do nada, como se fossem presentes caídos do céu. E como eu não sou boba de recusar presentes, muito menos os que me são dados pelo “Universo”, sempre procurei prestar uma especial atenção em todos eles, na tentativa de absorver o que de melhor estes presentes tinham para me transmitir. Eu tinha certeza que isso me ajudaria a caminhar pela vida em total acordo com as Leis Universais.

Foi agindo assim que refleti sobre o ditado: “O pior cego é aquele que não quer ver” e o relacionei com uma história infantil que leio no meu consultório para os meus clientes, sejam eles crianças ou adultos. Ela se chama “A EMA SERIEMA” e conta a vida de uma seriema que ao ver que os caçadores vinham aproximando-se dela para matá-la, ao invés de enfrentar o problema e correr, preferiu esconder a cabeça na terra, como fazem suas “primas” avestruzes. Pensava ela que o fato de não enxergar os caçadores, isto é, de não ver o problema, faria com que ele deixasse de existir. Por sorte, o ingênuo animal tinha o sábio coelho como amigo e este, rapidamente, passou-lhe a mensagem de que é preciso encarar os problemas de frente e que cada ser deve descobrir os seus próprios mecanismos para enfrentá-los. Foi a salvação da Ema Seriema que, possuindo longas pernas, pôs-se logo a correr.

De nada adianta “tapar o sol com a peneira”: seus raios ultrapassarão as frestas da peneira e nos atingirão de qualquer jeito (falar isso me faz lembrar aquelas mulheres que se protegem dos raios solares utilizando-se de um chapéu cheio de furinhos — saem da praia vermelhas feito pimentões!). Melhor é procurar aprender formas corretas de enfrentar o sol. O mesmo acontece quando vivenciamos os problemas do dia a dia: escondê-los não é a melhor solução. Eles se acumulam e se transformam numa imensa “bola de neve”.

Necessário se faz, portanto, que encaremos os problemas e o enfrentemos na medida que eles vão surgindo, sem permitir que nenhuma espécie de medo nos intimide. Pois, as dificuldades que nos surgem não são monstros; são apenas pedras colocadas no nosso caminho. Ou melhor, são diamantes que tem como objetivo enriquecer a nossa vida interior.

A pior cegueira não é a dos olhos: é a da mente!

Mas refletir não apenas dá medo, dá principalmente trabalho! E nós só nos esforçamos para sermos atletas físicos (isto quem não é preguiçoso). Não nos esforçamos para sermos atletas mentais! Por isso, a vida nos obriga a exercitarmos a nossa mente através dos problemas que nos vemos obrigados a solucionar a cada dia (parece que viver é a arte de solucionar problemas).

É, “o que não vai por bem, vai por mal”.



Nenhum comentário:

Postar um comentário